Banzo

O que sobrou para mim

Foi uma madrugada em pedaços

O que ficou em mim

Um intenso cansaço de sono pesado

Tenho substituído coisas

Tenho comprado coisas

Que não substituem o que perdi

Não se vive sem horizontes

Quantos nascimentos e florescer

Quantos poentes querem anoitecer

As crises de idades

As disputas de vontades

Constantes como o ar

Que carinhos de saudade

Que elogios de vaidade

Para me decantar

Sou confuso e me falta fé

Para ficar de pé

O que me cala fala mais alto

E esta febre não passa...

Henrique Rodrigues Soares – Canibais Urbanos