A vida está em liquidação

Assassinatos por banalidades,

crimes hediondos, estupros, pedofilia

e quanto a diferença entre eles,

sinceramente confesso que não sei.

Crime é crime e a diferença está

na questão do "contra quem"

ele é cometido.

Pode ser contra a natureza,

contra a beleza da mulher,

contra a inocência da criança

ou até mesmo a violência

contra o trabalhador,

que suou o dia inteiro,

para entregar de mãos beijadas

ao aproveitador e orar

para sobreviver a esse encontro,

desencanto quanto ao bem

e incertezas entre o céu e o inferno,

se bem que esse bem anda bem sem ter para onde ir.

Quem violenta também é ou já foi violentado,

pelo abandono do Estado,

quando ele promoveu o nosso afastamento

de Deus e então adeus educação,

também à boa formação.

"É nois", mas não somos nós

e sim JÁ FOMOS NÓS.

Crime de Responsabilidade

ou de Irresponsabilidade com o que é nosso?

Esse tipo de crime acarreta outros,

como por exemplo,

penitenciárias ao invés de escolas,

esmolas ao invés de bons salários

e os salafrários que mandam construir prisões,

encarcerando-se nelas, quando alguém de fora,

jogaria as chaves no lago do esquecimento.

Será que nada aprendemos

desde o nosso descobrimento?

Poema redundante esse,

mas tudo aqui é redundante e

abundante mesmo só a erva daninha,

como a que matou a menininha,

dessa vez de Juazeiro/Petrolina

e nos transformaremos todos em robôs,

quando completamente ocos de sentimentos,

deixarmos até de sentir a dor

por aquilo que não foi conosco,

mas que poderia ter sido,

pois ainda poderá ser.

A vida está em liquidação

e o poder só poderia valer

para a prática do bem,

se bem que esse bem anda bem sem ter para onde ir.