Quando morre um poeta

Os raios vindo do horizonte,

Ultrapassam as janelas de vidro,

Acorda o poeta, desperta-o

Para outra batalha.

Embora o poeta busque escuridão

A claridade lhe serve como espada.

Abre as janelas e deixa

Que os raios penetrem,

Finge sentir frio, abraça a si mesmo forte,

Brandindo silenciosamente

Em seu ego, a dor do silencio,

Das recordações.

Dias de sol cheio de glorias

Dias sem sol claro, sem o

Toque escuro presente

Nos dias do poeta.

Hoje o poeta acordou cantando

Só em seu quarto claro.

Apenas por hoje, onde o poeta encontrou

Um antigo retrato.

Não o se sua amada, que a soma de

Tudo equivale a nada,

Ou apenas á um querer utópico.

Não o de seus amigos, estes em um

Vacilo não se recorda.

Nem de seus pais, os deles

Estão no mezanino de seu quarto.

A luz intensa não tem parâmetro

Tão pouco mede distancia.

A luz esvaziou a força do poeta.

Ao vê seus rios chorarem,

Suas arvores derramarem lagrimas,

A esperança rasgada.

Cambaleou por seu quarto

Quebrou seus óculos.

Não se perdoou por se

Fazer de surdo ao grito do mundo,

E por um instante acreditou

Ter forças necessárias para

Reconstruir o retrato.

Naquele momento mostrou-se incapaz.

Os gritos lhe ensurdeceram,

Mesmo fechando os olhos a escuridão

Era totalmente negável.

O poeta enfrentou o sol.

Mas assim como uma rosa,

Não pode impedir que suas

Pétalas caíssem.

Perdeu a beleza,

Amedrontado pelos raios

Calou-se eternamente em frente

Ao seu próprio retrato.