Poema Morto

"Minha alma se enluta,

Quando a voz interna escuta,

Que blasfema de esperança

Aqui tudo se perdeu

MInha pureza morreu."

Alvarez de Azevedo

Aqui...bem dentro de mim,

Em minha alma tudo se perdeu,

Tudo que conservava em mim, morreu...

Mas minha dor não teve fim,

Esperança?Esperança, sentimento vil,

Se arrasta morta ao chão e meus pés morde,

como refletindo a imagem da morte...

transfigurado em um imundo reptil!

Vejo pedaços dos sonhos meus...

Serem cobertos pela grande nuvem de poeira,

Vejo chamar por meu nome caveiras

Em uma angustiosa voz a dizer-me... "Adeus!

Caminho e caminharei sobre a ossada morta,

nao vendo, em minha frente, as lindas flores

Pois costuradas a minha alma, tétricas dores

Me impedem de enxergar em volta!

Renato Neves
Enviado por Renato Neves em 21/07/2007
Reeditado em 21/07/2007
Código do texto: T573583