Doce Naufrágio

Sustentar a tempestade com as mãos espalmadas,

E meu coração, como uma vaga silenciosa,

Enterrado no meu corpo à deriva

Num mar que embala meu destino.

Que vai por aí minha sombra no Ariel de Shelley,

Sem velas nestas águas pesadas e frias,

Tendo à mão firme um Prometeu Libertado

Do mastro carcomido pelo medo.

Livre! E as nuvens desenham meu sorriso,

Os trovões ecoam minhas gargalhadas,

O meu olhar desafia o céu fechado.

O farol de Deus, como espada a luz atravessando

O corpo negro daquela madrugada,

Leva, à areia quente, o meu sono amortalhado.

Tom Lazarus
Enviado por Tom Lazarus em 22/07/2007
Reeditado em 22/07/2007
Código do texto: T574856
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