Velho Chico.

Velho Chico;

Que aos poucos se definha,

Numa agonia que parece não ter fim;

As mãos dos homens,

Matando-te aos pouquinhos

E nós de cá te perguntamos

Por que tem que ser assim?

Velho Chico;

Hoje quem te vê lamenta e chora,

A falta de tuas águas caudalosas;

Praias e ilhas,

Assim surgidas do nada

Tuas águas saqueadas

Deixaram de serem piscosas

Velho Chico;

Andas agora por outros caminhos,

Que nunca fizeram parte do teu leito;

Vales escavados que também se secam

E os que dantes viviam de tuas águas

Lamentam e morrem aos poucos

Com uma grande dor no peito.

Ah meu Velho Chico;

Em tuas águas a arte imita a vida,

Num ponto onde um remanso se forma;

Barram tuas águas em Xingó

Daí em diante elas se tornam mais fortes,

Neste ponto teu fundo não se vê

E quem bebe tuas águas não retorna.

Na vida real a morte não imita a arte!

Que pena, que pena!

Guel Brasil
Enviado por Guel Brasil em 16/09/2016
Código do texto: T5763129
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