O Lírio

O galo cantava

Meus olhos abriam

Meio tontos

Mas eles o seguiam

Iam

Ao teu encontro

Construí uma espera

Mas, minhas lágrimas saudosas

Inundaram suas terras

E num vendaval

Fez-se a lama

Fez-se a guerra

O antes nebuloso

Agora é clara verdade

Faltou-lhe a coragem

Para germinar!

Fazer-se vida

Florescer novas cores

Novos aromas

E outros sentidos

Queria sentir seu toque

Mas, ele não brotou

Nesta primavera

Escondeu-se nas entranhas

Da terra

Em meio a outras ervas

Meu lírio feneceu...

E a caixa dos sonhos que vivi

Ao seu lado

Também se perdeu

Neste jardim

Devastado

Com flores quedadas

Onde reina o picão

Ou o senhor Capitão-do-mato

Que tem o azar

Ou a sorte de nunca

Terem estado ao seu lado.

Madame F
Enviado por Madame F em 08/10/2016
Reeditado em 08/10/2016
Código do texto: T5785715
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