Despe-me de ti

Detenho-me por um momento

Interrompendo os meus soluços

Olhos vermelhos, já não cabe dor

Não sei o certo, talvez ilusão.

Paro, admiro seu rosto

Com medo e cautela

Despe-se da candura

Atiça a paixão.

Olho em seus olhos

Tento enxergar a dor

Desacelera o coração

Fiel guardião dos sonhos

Ansiosa para te descobrir.

Quedo-me contemplando

Já é hora de virar a página

Alguém como você

Que vai deixar você

Nem o tempo vai esquecer

Serena que pode mudar tudo

Mesmo sabendo que vai sofrer.

No mundo de abismo

Sou menina reluzente

De coração partido

Despe-me de ti.

Vaidade que entristece

Se isola, se fecha

Fere a mulher que tanto deseja

Verdade seja dita

Prazeres são carnais

Sobraram meu coração

Que já não aguenta mais.

Quando o tempo passar

E você calejar, talvez eu esteja aqui

Ou não esteja mais

Em muitas noites frias

Em manhãs vazias

Cheiro de girassol no travesseiro

Lembranças dos seus beijos

Ficaram entranhados.

Traduzidos em poesia

Borradas de lágrimas

Mãos trêmulas

Folhas rasgadas

Sentada no anseio

Paixão intensa que marca

É você que eu quero.

Catarina Maria
Enviado por Catarina Maria em 23/10/2016
Reeditado em 20/11/2016
Código do texto: T5800505
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