A tempestade que espreita

Ainda esta de dia e o céu esta lindo

Mas a tempestade esta lá

Meus olhos veem a destruição

Mesmo tudo parecendo normal

Ela esta lá...

Descendo como um raio que corta tudo

Abrindo uma enorme fenda no meu chão

Trazendo um vento frio que gela meu coração

Ela esta lá...

Quando fecho os olhos eu a sinto

Na forma de uma chuva triste

Que apenas eu vejo

No desacelerar do relógio

Onde minutos são eternos

E as dores magoas sem fim

Tão cruel é quando ninguém te entende

E sabe o porquê de você esta assim...

O silencio me domina

Mesmo eu sendo um eterno bobo palhaço

Meus sorrisos já morreram por dentro

Eles só refletem uma armadura invisível

Para que não vejam a dor que alimento

Bem aqui dentro <3...

Bem no fundo eu sei que consigo

Mas é sempre tão difícil lutar contra a corrente

Pois é mais fácil sobreviver na tempestade

Ah lidar com os hipócritas dogmas da sociedade...

É mais fácil ficar calado

Do que ser julgado

Por um bando de porcos imundos

Que rabiscam amizades

E pensam que são donos da verdade...

Dói menos aguentar o choro

Desmanchar-se na cama no fim da noite

Do que se abrir e correr o risco

De ser humilhado e caçoado

Enganado e pisoteado

Mesmo que apenas com palavras

As pessoas sabem te ferir

E você tem medo de confiar e outra vez cair...

O céu agora esta escuro

Flashes de luz o cortam por toda parte

Sendo riscos de estrelas agora caindo

Numa atmosfera ardente e voraz

Lembranças de outrora

Centelhas de uma alegria que já foi embora...

Momentos passageiros

Devaneios e mais devaneios

Alucinações de uma era pré-apocalíptica

Onde as tempestades eram evitadas

Seus estragos sempre limitados

Por trás de toda a tristeza ainda se via um cavaleiro

Sorridente e lutando contra dragões

Salvando outros afogados e com sua espada cortando legiões

Um último iludido sonhador

Que quando conseguia aguentar as próprias feridas

Dos que amava afugentava toda angustia e dor

Um sobrevivente errante

Que se perdeu no outro lado do portal

E nunca mais voltou

Para seu mundo cheio de prédios e carros

Com pessoas chatas e normais

Que nunca o entenderam

De suas mentes vazias há muito tempo o esqueceram...

Abro os olhos e lá estou no velho banquinho

Adormeci e sonhei com letras pesadas

Agora acordado escrevo em meu caderno

Pensamentos frios e solitários

De uma vida sem graça e amarga...

Pingos me molham, a chuva começa a cair e uma tempestade vai se formando.

Até o mais paciente dos homens fica insano ou frágil numa semana ruim.

Jony Mex
Enviado por Jony Mex em 30/10/2016
Código do texto: T5807232
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