LIlite

Eu queria mesmo era dizer que ainda está tudo como você deixou

Como você causou, como você marcou, como você feriu.

Eu queria mesmo era dizer que ainda está tudo tão parado feito lagoa

Feito a causa que dói, feito a marca que imprime, feito a ferida.

Eu fico feito matuto adulando as palavras nos tribunais da inquisição, aqui

Como a dor pode marcar tudo? Não sou papel, eu choro o atrito desse golpe

Quis ser tolo alimentando teu riso e dessedentando tua cede com minhas lágrimas. Feito capacho, feito teu lúdico arremessado ao ar do descaso.

A dor que dói, dói a falta do sonho e não a presença do corpo que dilacera a alma. Pra que tanta carne, me diga pra que? Por acaso sou açougueiro, para aos berros repartir tuas carnes de segunda a domingo, em beijos incendiantes e depois me lavar na fonte da tua poesia lancinante?

Ah! Deixe-me em paz!

Siga seu rumo espírito lilitiliano, vá seu caminho pelas encostas das montanhas e pelos vales não imponha tuas mãos sobre os homens, deixe-os em paz também. Não cantes poesia, nem recites teus poemas mortais.

Prantearei tua falta desejável todos os dias até um dia queiras voltar a ver os estilhaços de muitos sonhos, de muitos insensatos homens que inebriados de comias aos gritos com os olhos, contudo, nunca vivestes, nunca! Eras tão somente fadários de mentes encharcadas de vinho e dor