RAMEIRA
Rameira...
Mulher sem eira nem beira...
Cortesã de sonhos alheios,
Vendendo seu corpo a segundos e terceiros...
Pobre rameira cafetizada,
O tempo todo usada...
Por seu único cafetão,
Que imoralmente lhe tirou a razão...
Rameira...
Quanta sujeira...
Nas palavras belas a ela dita,
Na intenção de há manter assim cativa...
Rameira...
Vendeste a alma ao diabo,
Como se já estivesse em fim de carreira
E de si só sobrasse um fiapo...
Rameira indecente pedia,
E não em troca recebia...
Mas coitada não desistia,
De implorar por um amor que não lhe cabia...
Hoje rameira com convicção...
Vende sonho e ilusão!
Mas tem pena do cafetão,
Que ficou sozinho nessa questão...
Ele senhor de si mesmo,
Errou ao sair julgando a esmo...
E ao ferir a rameira mortalmente,
Mostrou a todos o que é exatamente...
Prega amor, mas qual amor?...
Apenas o que lhe convém?...
Sai distribuindo dor...
Sem se importar a quem...
Agora a rameira triste e decaída,
Ergue os olhos ao céu e suplica...
Perdoe Senhor este ser,
Que usando seu nome achou tudo poder fazer...