A CRUZ!
A CRUZ!
Oh! Lenho de cerne rijo,
Madeiro da mais pura!
Ainda ontem... Pequenino,
Medravas entre os torrões!
Crescestes mui a prumo,
Enfrentando as intempéries,
Só vergando-te aos vendavais
Por não possuíres gavinhas.
Sugavas o alimento da terra
Com voraz sofreguidão,
Fronte altiva olhando o sol,
Fortes raízes no chão.
O teu porte inebriava
Os viandantes sedentos,
Acolhendo-os à tua sombra
Sem cobrar emolumentos.
Sobrevivestes às queimadas
Com pouquíssimas lesões,
Vencestes muitas geadas
De inúmeras estações.
Mas... Não vencestes o machado,
Manejado com maestria!
Caístes a frio comprido
Numa tarde nebulosa e fria!
Serraram tuas extremidades
Transformando-te em tora,
Longarinas das necessidades
Lucro do homem que te explora.
Oh madeiro de mui qualidade!
Agora, transformado em cruz.
Para vergonha da humanidade:
Foste o holocausto de... Jesus!
(aa.) S.A.BARACHO.
conanbaracho@uol.com.br