A CRUZ!

A CRUZ!

Oh! Lenho de cerne rijo,

Madeiro da mais pura!

Ainda ontem... Pequenino,

Medravas entre os torrões!

Crescestes mui a prumo,

Enfrentando as intempéries,

Só vergando-te aos vendavais

Por não possuíres gavinhas.

Sugavas o alimento da terra

Com voraz sofreguidão,

Fronte altiva olhando o sol,

Fortes raízes no chão.

O teu porte inebriava

Os viandantes sedentos,

Acolhendo-os à tua sombra

Sem cobrar emolumentos.

Sobrevivestes às queimadas

Com pouquíssimas lesões,

Vencestes muitas geadas

De inúmeras estações.

Mas... Não vencestes o machado,

Manejado com maestria!

Caístes a frio comprido

Numa tarde nebulosa e fria!

Serraram tuas extremidades

Transformando-te em tora,

Longarinas das necessidades

Lucro do homem que te explora.

Oh madeiro de mui qualidade!

Agora, transformado em cruz.

Para vergonha da humanidade:

Foste o holocausto de... Jesus!

(aa.) S.A.BARACHO.

conanbaracho@uol.com.br

Sebastião Antônio Baracho Baracho
Enviado por Sebastião Antônio Baracho Baracho em 30/07/2007
Código do texto: T585499