Homem Proibido

Pelas noites acerbas

Curvado, prostrado

Com ódio nas veias

Sob o jugo do Diabo

Será confinado

Da vida afastado

Entregue a sua dor

Seu triste clamor

Mas haverá dias

em que irromperá

E as melodias

Ele elidirá

Da vida o sentido

Vai se retirar

Aos tr4istes vagidos

Ninguém ouvirá

Triunfa a mentira

E o culto a Satã

Os cristãos, vencidos

Verão o malogro

Do seu vão afã

Fim das criaturas

Não mais vão viver

Sua fé no Deus vivo

Há de perecer

É tudo mentira

Ele não te ama

Se é que ele existe

Sua alma contrita

Vai arder em chamas

Por muitos pecados

Todos são do mal

Serão reprovados

No dia final

Um Deus ocioso

De nós nem se lembra

Só ele é ditoso

A nós cabe a emenda

Também já fui vítima

De Deus e dos céus

Agora definho

Eu sou o seu réu

Às suas balelas

Nunca dei ouvido

Sozinho no escuro

Meu pranto é horrível

Sou filho das trevas

Eu sou proibido