Resta-me lembrar das perdas

De repente te vejo assim;

como se nada me soubesse;

oculta flor nesse jardim;

fora eu alguém que não a conhecesse.

Perdeste-me a ânsia de responder

nublosas ou não minha presença;

verteste em ânsia de me esquecer

o silêncio de tua inocência.

Viva, para o mundo está..

mas encontro-a a morrer-me em cada uma destas linhas;

altiva, tua presença vá,

quando desponto a esquecer-me em cada uma das dores minhas.

Solidão de um amor

não se passa de mera dor,

mas amizade a não dispor

é da alma a morte seu primor.

Você me dá esquecimento

E eu a lembrar-me desse tormento,

Se tua lembrança não mais fomento

É tua perda que alimento,

Que não se acabe o que comento

Em apagar-se amor e dor nesse momento.

Vitor Barros
Enviado por Vitor Barros em 12/10/2005
Código do texto: T59192