O Meu Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,

Tão triste, tão vago, tão magro,

Nem estes olhos tão vazios,

Nem o lábio tão amargo.

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Não consigo bradar o meu peito,

Que por frieza, engano e distancia,

Morre, mirra, putrefeito,

Por ausência, e tamanha inconstância.

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Eu não dei por esta mudança,

Tão simples, tão certa, tão fácil,

Que no espelho ficou perdida,

A minha sombra táctil.

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Compreendi que muitos amigos que fiz,

Não me fizeram nada, além de inquietude,

Nem sequer saber o que é ser feliz,

Nos caminhos desta vida...eu soube.

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Antes que as mágoas me façam sangrar,

Nestes versos eu choro em palavras,

Em pranto me ponho a desabafar,

Lágrimas das minhas lavras.

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Cristina Ivens Duarte-03/03/2017

Cristina Ivens Duarte
Enviado por Cristina Ivens Duarte em 03/03/2017
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