Versos Ao Vento

De vez quando vem-me um verso ao pensamento,

Como uma brisa que sopra, leve, refrescante,

Mas, quando eu vou escrever, ele voa como o vento,

E em meu corpo, minhas mãos, uma dor penetrante.

**

Quanto mais penso, não sei o que dizer,

E então, penso na dor que guardo no coração,

Num relance, sinto a morte a querer descer,

Escoando palavras, de luto, e de emoção.

**

Um cheiro adocicado, imutável, a sangue,

Que enlouquece de prazer, o meu coração aberto,

Contraindo-me, pedindo que nunca estanque,

Uma hemorragia mágica, talvez, não sei ao certo.

**

E o véu dos meus sentimentos será preto,

Desvendando os meus tempos de solidão,

Escrever será sempre com tormento,

Esvaindo-me em versos pelo chão.

**

Cristina Ivens Duarte-12/03/2017

Cristina Ivens Duarte
Enviado por Cristina Ivens Duarte em 12/03/2017
Código do texto: T5938906
Classificação de conteúdo: seguro