Testamento ( dedicado aos órfãos de pai vivo)

Sento-me e penso

Convenço-me

Procuro um argumento

Por que fez você

Este testamento?

Levanto-me e ainda penso

Não há nada

Não inventaram

Um tratamento

Que cure

O ferimento

De ter em seu pensamento

Acreditado

Que em algum momento

Viu-me como uma gananciosa

Quando era apenas

Uma pessoa simplesmente

Despretensiosa

Ainda penso e vago

Ando pelo quarto

Sinto o sangue que aquece a minha face

Mais uma vez sei

Nenhum lenimento existe

Que estanque estas lágrimas

Que aquecem

Queimam os restos

Dos meus sentimentos

Novamente

A pergunta:

Por que agiu assim

Esquecendo de mim

Elaborou o testamento

Afinal,

Em seu confinamento

Pendente sempre esteve

O meu conhecimento

Ou o meu simples

Reconhecimento

vivianne marinho
Enviado por vivianne marinho em 24/03/2017
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