PRESÁGIO

Devo o que pressinto aos tempos das ilusões,

minha dor disfarçada, meu gole de vinho desregrado,

um porre de amor que ficou na poesia.

Sei de tudo quanto fiz, nem sei se quis,

me apavora não poder mais voltar.

disfarço e reprimo o meu medo, durante o dia.

minha noite segue enquanto mantenho os olhos abertos,

mas entre tantas noites o sonho me pega.

Sonho as fumaças gostosas e enganadoras,

fumaças, taças e o tempo contando acabar.

O tempo é coisa que somente a poesia me mostra,

porque eterna nos lábios que as declamar,

enquanto me encolho num catinho que a sorte me guardou.

Não há motivos para um bolo que me adoçe a boca,

apenas um choro contido na esperança analgésica,

essa é a vida que vai ficar na memória.

Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 07/08/2007
Código do texto: T597314