Hoje minha cor é triste
A minha lágrima não resiste
Insiste
Inunda o papel
Qual a minha
Doída surpresa
A cor que subsiste
É, simplesmente
Triste
Transparente e permanente
A dor é latente
Minha face está fervente
Nunca uma cor tornou-se tão triste
Consiste, sim, em forte dor
Que em minha alma subsiste
Meus olhos teimam
Choram, minam
Não secam
Meu amigo querido
Muito mais que meu Chefe Preferido
Tinha o colorido
Daqueles cujo sorriso
Ultrapassa um simples alívio
Era a certeza de caloroso abrigo
Muito mais que meu Chefe Preferido
Era você Paiva
Pai
Que tive a sorte
De escolher
Nunca negou-me o norte
Era como o nome encerra
Pai, meu Pai Paiva,
Pai que ouvia com paciência
Pai que com toda inteligência
Jamais negou compartilhar a sua prudência
Mesmo sabendo que Deus
De você Pai Amigo
Abreviou-lhe tamanho sofrimento
Mesmo assim
Em mim, cravou um punhal
A dor de um imenso lamento
A cor que agora é triste
Suplico a Deus Querido Paiva
Que em algum momento
Possa encontrar-lhe
Na imensidão do firmamento
No entanto, hoje não escondo
O meu sentimento
A minha cor é triste.