Sou seu poema mudo.

Sou poema mudo;

trancado em dobradiças alheias.

Estou no passado;

em reforma de casa velha.

Estou nas esquinas,

de cada pensamento mofado,

deixado para trás.

Entre cada pedido,

soa o meu nome como maldito...

Mas e se você pensa?!

E se cada pilar tem meu nome?!

E em cada parede minha foto?!

Como você sustenta sua casa?

Mas e se você sonha?!

E se o pesadelo vive acordado?!

Como engana seu passado?!

Como mantém seu viver?

E se pensa o tanto quanto sonha.

Se acompanha meus versos, mas não diz.

Se não diz, guarda teu canto que chora.

Chora pra si, manda embora...

Se toda a vida fez enganar.

E se é tempo de correr, esconde.

Que a tempestade vem assoprar.

O canto que grita, destoa.

Aquela surdez que faz repensar:

Eis aqui, a beira do cai(o)s!

Tatiana Marques (Tath)
Enviado por Tatiana Marques (Tath) em 19/04/2017
Código do texto: T5975211
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.