POEMA DA DEPRESSÃO, DA RAIVA.

Uma raiva, um dedo empurrando a testa

O chão me suga, pesa, aperta o pé

O corpo já não é dimensional

É pesado, é fedido, é um fardo.

Parece que o ombro é de chumbo

Uma ligação, um pânico, 15 gotas.

15 gotas retardam o desespero

A vida morreu, a tristeza venceu.

Cada junta dói, assim como as lágrimas

À cada lágrima uma flechada

Disparada pelos pensamentos ..

Mais parece um moinho, quebrando o corpo e seu sossego, a mente é ácida e queima.

O corpo reage tentando lutar

Mas as flechas que são lançadas,

Perfuram, sangram, cortam o pulso

Numa busca deseperadora por ar..

O ar, é ofegante, 100 por minuto

São diagragmadas as contas.

O ombro.. ai.. que coisa desnecessária..

Que peso

Que peso. ..

O coração parece esfriar o corpo

Ele bate a engrenagem do desespero

Que espalha pelo corpo e pela mente.

Aflinge a garganta.. os olhos. E derrama lágrimas.. ácidas..

Lágrimas que tem segundo, minuto, hor, dia, mês e ano de história, de pavor.

Carência é amiga, insônia é vício.

O frio já é quente perto de outros.

O cérebro já não tem tom .. e nem cor..

Os sonhos, foram lavados e não há mais tinta neles.

Foram alvejados, metralhados, roubados, mortos, estão esperando o desespero.

O suor, o calo na mão.

O dia parece não querer o corpo..

A alma parece negra, ela morre..

Em um minuto de desespero ainda pisca,

Pisca fria, quase morrendo, a sua não pertença.

À paz, é um sonho, é um tesouro caro,

Incomprável, que não é oferecido.. infelizmente, é um sonho a paz..

Ela é nacarada por inveja, por reparo, por ambição, já não é crente, é distante.

O mundo já está dentro de um mundo pequeno, o chão já sugou, o que resta é um galho morto em pé... sem vida e brilho.. viciado em remédio e ardido os olhos .. de tantas lágrimas salgadas.

À vida, meu pesar, aos amigos minhas ex-expectativas, aos familiares minha tristeza de omissão, ao desconhecido,

A depressão, isso chama.

Mateus Neres
Enviado por Mateus Neres em 06/07/2017
Reeditado em 07/07/2017
Código do texto: T6047716
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