Versos sem Nome
Não é justo que a poesia sofra tanto
Me flagrei hoje, novamente, massacrando os versos
Escrevendo de tristeza e fazendo chorar as palavras
As vezes a alegria me esvai de uma vez só
Quando as imagens vêm ela vai, e demora voltar
Muita gente sabe o tamanho do tempo do inverso
Sem saída, escrevo. Não para mim, descobri
Mas para sarar a dor da mágoa amiga e poetisa
Quase todos sabem, ou vivem uma amizade incoerente
Optei por isso, por vezes a angústia, sempre valendo a pena
Medo de sentir solidão amando e doente
É saber geral que a ausência é viva mesmo em companhia
Tento não transpor a barreira da tristeza com a raiva
Minha vida, lá no fundo, mesmo sendo eu, sou maior que isso
Eu sei, você também sabe, demora um pouco mas a alegria há de voltar.