Pó do cinza

Escrevo teu nome

Na mesa

E na mesma

Vejo minhas lembranças

Como filme

Invoco o lápis

E rabisco fortemente

Sinto minha mão

E pulso doerem

Pela força

O lápis

Que se quebra

Depois de tanto

Desgastar sua ponta

Passo a mão

Sobre o pó do grafite

Querendo desaparecer

Com os riscos

Pra poder

Novamente ver seu nome

Sujando meus dedos

Pensando

Que por mais

Que eu tente fugir

Te encontro saindo

por meus poros

Levo minha mão ao rosto

Molhando-a com minhas lágrimas

Pintando de cinza

Minha face

Minha paz a se confundir

Com meu desespero

O branco e o preto

Misturados

Originam o cinza

Cinza é a cor

Do céu

Que vejo da minha janela

...Cinza...

O pó do cinza

É o que sou

O resto

De um mero mortal

Voando contra o vento

..Impossibilidades

Criadas pelo tempo

Almeida Quis
Enviado por Almeida Quis em 21/08/2007
Reeditado em 21/08/2007
Código do texto: T616571
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