Alarmes

Eu moro no grito

na ausência de voz

eu escolho uma trilha

mas eles dizem que não leva a lugar algum.

é impossível pensar

tomar decisões certas

sou sozinha

mas escute, tem um barulho diferente no ar

trevos errados

caminhos tortos

pés cansados sem sair de onde estou

vida que vai a cada vez mais

para longe de mim

gritos ecoam aqui dentro

sou a última da fila, mas sou capaz de ouvir

ouça o barulho

é o alarme tocando

é a pílula da madrugada

— anda, levanta

engole o dono dos sonhos

e quando amanhecer, perguntarão como foi minha noite

então contarei sobre o meu sonho, onde um cavalo incrivelmente branco corria para mim

juntos, atravessávamos a ponte

eu ria, feliz por tudo estar tão alvo

e eu tinha algumas certezas.

Não será necessário alarmes

não esquecerei de esquecer

ao acordar, tomei uma outra pílula

procurei, mas foi em vão

todos os vestígios de certeza haviam sumido.

Elisa Olisan
Enviado por Elisa Olisan em 28/12/2017
Código do texto: T6210839
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