Alarmes
Eu moro no grito
na ausência de voz
eu escolho uma trilha
mas eles dizem que não leva a lugar algum.
é impossível pensar
tomar decisões certas
sou sozinha
mas escute, tem um barulho diferente no ar
trevos errados
caminhos tortos
pés cansados sem sair de onde estou
vida que vai a cada vez mais
para longe de mim
gritos ecoam aqui dentro
sou a última da fila, mas sou capaz de ouvir
ouça o barulho
é o alarme tocando
é a pílula da madrugada
— anda, levanta
engole o dono dos sonhos
e quando amanhecer, perguntarão como foi minha noite
então contarei sobre o meu sonho, onde um cavalo incrivelmente branco corria para mim
juntos, atravessávamos a ponte
eu ria, feliz por tudo estar tão alvo
e eu tinha algumas certezas.
Não será necessário alarmes
não esquecerei de esquecer
ao acordar, tomei uma outra pílula
procurei, mas foi em vão
todos os vestígios de certeza haviam sumido.