Eu, como tal

Eu, como homem, decidi parar

Parar não foi o suficiente e regredi.

Fui onde não deveria ir

E encontrei a maldade do qual não pude escapar

Se outrora fui fundo,

Desta vez o antigo fundo tornou-se raso.

Encontrei as trevas que habitavam no imundo

Do coração de um devasso

Melancolia, tristezas e fugas.

Dei poder aos pecados e me esquivei das lutas.

Provei do amargo mais doce

Putrefado que fosse...

Experimento uma áurea mortal

Que me exclui do convívio social.

Suga o sangue e a vontade

E alimenta-me com o relativismo engolindo a verdade.

Sou como a lama entre o porco e as pérolas

Mas também sou porco entre as pérolas e a lama

Não poderia ser uma pérola entre lama e porco

Tão pouco ter valor no meio das imundicies

O que será de mim sem ter vontade?

O que será sem a verdade?

O que será se eu decidir fugir?

O que será de mim?