Poesia de papel

Me esquivando da chuva ácida

Escapando por um triz

Não conto com mais nada

Não cultivo ilusões infantis

Os contos de fada tiveram fim

E não foram felizes os finais

Será que as perguntas acabaram ?

Sim , não há mais nada à saber

A realidade é dura , a gente só finge que não vê.

Minha garganta trava, as lágrimas secaram já .

Liberta de ilusões, deixo cair meu olhar

A esperança está perdida e não quero procurar .

Meus olhos estão secos , não sobrou nem solidão

Presa nesta espera ,calma nessa prisão

Na poesia de papel, na rima sem companhia

No meio do deserto

No olho da noite fria