Confinado ao Baú

Vejo a ti deitado em berço solene, a semelhança do teu nascimento

Mas perto de ti o anjo da morte

Ele veio te buscar, tua vida esgotada na ampulheta do tempo

Aquela vida que tinhas tão bela e juvenil, lembra quando corrias e com o vento te transportava como uma ave livre? De um momento para outro cortada, feito trapo

Tirada de ti por um acontecimento que nada teve de solene, apenas o braço da morte se aproximou de ti, como a agua se faz vinho, assim tua vida transmutou-se em morte.

Afinal, de ti o que ficara? Poeira e vermes que a terra resguarda,

Teu leito num baú, a ele já tomas e cria afinidade , tua nova casa, leito de pesar

O que será a finitude da vida? Que é esse momento que nos abate e traga igual ao nada, que se solidifica em nossos corpos que apodrecem.

Da vida fostes cortado, transformado em uma coisa, um objeto

E tua humanidade, que tanto lutavas, enfim ressurreta.