A certeza que me carrega
A fugacidade me arrebata em cada vão momento
Entre significados pífios
O corpo estremece na busca da razão
Durante horas de insônia
A vida me vem rasa
Seca
Me leva a busca do mínimo sentido
O mínimo sentido precursor de voraz sofrimento
Assim me escasso!
Me despeço!
Me desnudo!
De toda fonte que me mantém
E caio...
Preso pela única certeza que me rasga a peito aberto
A razão
Não me passa de uma palavra grotesca
Que nunca existiu
E o tempo
Que há tanto nos ilude
Agora mostra sua face
E nos persegue
Na breve linha entre todas as lembranças do que existiu
O que nos resta
É tão passageiro como a chuva de um dia ensolarado
A pouco me recordo dos laços
Traços
Que desenham essa enorme teia
Talvez seja esse o formidável motivo de tudo isso
Enfim
O fim
Se aproxima
E me interroga ferozmente
Me clama!
Me aflige!
Me joga contra o mundo!
Saudade é dor que fere à alma...
Sou tão pouco agora...
Perante a falta
Eu não vejo meus passos à frente
Mas os rastros atrás nunca tiveram sozinhos
Há pouco
Me recordo dos laços
Traços
De uma linha que traça
A eterna certeza
Do breve existir