A certeza que me carrega

A fugacidade me arrebata em cada vão momento

Entre significados pífios

O corpo estremece na busca da razão

Durante horas de insônia

A vida me vem rasa

Seca

Me leva a busca do mínimo sentido

O mínimo sentido precursor de voraz sofrimento

Assim me escasso!

Me despeço!

Me desnudo!

De toda fonte que me mantém

E caio...

Preso pela única certeza que me rasga a peito aberto

A razão

Não me passa de uma palavra grotesca

Que nunca existiu

E o tempo

Que há tanto nos ilude

Agora mostra sua face

E nos persegue

Na breve linha entre todas as lembranças do que existiu

O que nos resta

É tão passageiro como a chuva de um dia ensolarado

A pouco me recordo dos laços

Traços

Que desenham essa enorme teia

Talvez seja esse o formidável motivo de tudo isso

Enfim

O fim

Se aproxima

E me interroga ferozmente

Me clama!

Me aflige!

Me joga contra o mundo!

Saudade é dor que fere à alma...

Sou tão pouco agora...

Perante a falta

Eu não vejo meus passos à frente

Mas os rastros atrás nunca tiveram sozinhos

Há pouco

Me recordo dos laços

Traços

De uma linha que traça

A eterna certeza

Do breve existir

Amer
Enviado por Amer em 29/01/2018
Reeditado em 01/02/2018
Código do texto: T6239544
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