Escuridão

fevereiro 03, 2018

Na escuridão
De uma insone noite
Amplifica-se a dimensão
Desse buraco
Profundo e ardente
Escancarado
em meu coração
As lágrimas verbalizam
Com algum recato
O inquietante desespero
De não saber
Do hoje nem do amanhã
De não saber
O que vai restar de mim
E se essas sobras
Terão alguma utilidade
Mas está escuro aqui
E já é tão tarde que
A lua já adormeceu
Nessas horas
de mãos atadas
Faço preces caladas
Na pobre ilusão
De reaver o propósito
Desses dias sem sentido
Tão sem sentido
Quanto o sentir
A partir do instante
Em que a ficha cair
Que não importa
O quanto eu te chame
Você não pode ouvir.
Marisol Luz (Mary)
Enviado por Marisol Luz (Mary) em 08/02/2018
Reeditado em 01/05/2018
Código do texto: T6248128
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