Não Queria Me Despedir

Nuvens, por favor, me ouçam

Eu estou em prantos

Não consigo parar de pensar em um certo alguém,

Que nem mesmo quer me ver, ou o meu bem

Eu pensei que tinha conseguido esquecer

Mas, essa noite eu não consegui dormir

Será por quê? Eu não a fiz mal

Por que então ela me tortura? O que fiz, afinal?

O carnaval inteiro escutei pela minha porta

Porém, meus pensamentos guardavam o rosto dela

Eu até tentei me distrair com outras histórias,

Mas sinto como se ela fosse a única vela,

Que eu me arriscaria de me queimar com seu calor

Mas por que será?

Não me digam que é a palavra com "A".

Eu deveria ser mais maduro,

Afinal de contas eu sou adulto

Ela está no final do ensino médio

E ainda assim, escrevo seu nome aqui no caderno

Sou apenas uma criança,

Pois, em peito, ainda palpita a esperança

Sou uma verdadeira vergonha, escrevo textos sem sentido

E ainda sonhei em escrever o suficiente,

Para formar um simples livro

Mas não passo de um pobre espírito sozinho.

O sono deveria me nocautear agora

A madrugada chegou, já passou das três horas

Minha razão me abandonou

Me restou apenas lembrar do carinho que acabou

Eu quero dormir,

Mas, quando fecho meus olhos, ela aparece

"Você está bem? Eu quero ir aí

Quero te ver, quero te fazer sorrir"

E, logo após eu dizer isso, eu abro meus olhos

Me vejo no escuro, me declarando para as paredes

Que rapaz mais esquisito.

Lembro de quando ela me disse que gostava de ler

Eu comprei um livro, mas ainda não presenteie

Não sei se ela irá aceitá-lo

Mas, talvez eu não deva entregá-lo, talvez ela faça pouco caso

Não quero ver no que ela se transformou

Tenho medo dela ter se entregado ao cigarro,

E ter contaminado aquele doce aroma delicado.

Parte 2

Hoje eu saí, quando voltei estava abalado

Meu amigo me contou algo no carro,

Que me fez pensar, "O que faço?"

Acabei por ficar desconfiado

Não podia, não queria acreditar,

No que meus ouvidos haviam escutado.

Ao chegar na rua dela, eu vi seu primo

Por sorte eu o encontrei em meu caminho

Perguntei se podia chamá-la, e ele foi junto a um amigo

Até esse momento, tudo estava tranquilo

Foi quando escutei o portão se abrindo

E, quando ela surgiu, não havia mais aquele brilho

Seus olhos estavam quase dormindo

Talvez com medo do Sol, ou por conta do vício

Porém, aconteceu algo que eu não havia previsto

Ela em tratou como um lixo

Perguntou por que a incomodei, alegando que a atrapalhei

Eu pensei em falar sobre o livro,

Mas meu ego, meu coração, meus pensamentos,

Todos eles acabaram sendo feridos

Ela disse que não gostava mais da autora

E, completou dizendo, "É só isso?"

Logo em seguida, fechou o portão no meu rosto

A única coisa que pude fazer foi segurar o choro.

Voltei para minha casa, me sentindo um nada

A pessoa que eu tanto gostava, morrera,

E o que restou fora apenas sua casca

Sentirei falta da nossa última conversa engraçada

Não tenho o direito de julgar quem gosta de fumar

Não irei declarar guerra aos fumantes do verde,

Mas me entristeci em vê-la afundar, entende?

Para mim vai ser difícil não sonhar,

Vai ser difícil aceitar, mas a vida deve continuar

Adeus, Carolina

Saiba que eu te amei um dia.