O sino chora

“Os sinos têm dobres d´agonia (...)

E todos têm sons de funeral.”

Taciturno. O sonho destroçado. Ando perdido. Passos vacilantes.

À frente está o Templo. Talhado por Deus. Requinte escultural.

O sino chora fúnebre e com jeitinho:

“Pobre Marquinhos! Pobre Marquinhos!”

Frêmitos de saudades. Choro. Devoro-me. Ébrio em passos errantes.

Místicos arroubos. A lúcida verdade. Inicia-se o cerimonial.

O sino chora fúnebre e com jeitinho:

“Pobre Marquinhos! Pobre Marquinhos!”

O coração sangra de dor! Os olhos vertem lágrimas ante a realidade.

Magnificente abóbada saúda os nubentes. Inicia-se a canção.

O sino chora fúnebre e com jeitinho:

“Pobre Marquinhos! Pobre Marquinhos!”

Coração descompassado. Aquela união celebra a minha infelicidade.

Oh, Deus! Almejaria que toda aquela cena fosse apenas ilusão.

O sino chora fúnebre e com jeitinho:

“Pobre Marquinhos! Pobre Marquinhos!”

Peito arfante. Ainda incrédulo. Lamento o meu destino.

Ao aceno do padre, selam o beijo matrimonial...

O sino chora fúnebre e com jeitinho:

“Pobre Marquinhos! Pobre Marquinhos!”

Partem ditosos. Ela, formosa, dirigiu-me o seu olhar; sorriu!

A mim, só resta o fim. O mundo, outrora idílico, ruiu.

O sino [agora] chora fúnebre e com jeitinho:

“Pobre Marquinhos! Pobre Marquinhos!”