Anjos da misericórdia

Estou a deriva,

Em um mar de ventos

Arredios

Em uma tempestade

De pensamentos

E estafa!

Estou de mãos atadas

Procurando no horizonte

uma esperança

Uma luz para

me orientar

Em minhas jornadas

Mas me vejo distante

De qualquer porto seguro

Me vejo só, no meio do mundo

Esperando o bote virá a qualquer

Instante

Mais quem tá no comando

é o destino impiedoso

Resolvi resar para os anjos da misericórdia

Para amparar me, neste momento

Diante do precipício

Mais entre a nevoa

E a escuridão

Surgem risos

E rovoltas ondas

A me ameaçar

Me amparo em um resto

de fé e coragem

Me contorço, me conformo

Até que consigo abrir o olho

E submergir deste pesadelo.

Alexandre Samambaia