Nas ondas do horizonte

Dá-me a mão, aperta e não solta

Ouvi de ti, e no momento estavas a partir

Sê forte, não fuja a vida e vive sem temer

Ouvi de ti, e no momento estavas a partir.

O ermo tomou os meus olhos

E os olhos na alvorada, no ocaso, no entardecer

Tudo ficava vazio e escuro

Era uma vida sem ti que não sei viver

E sobre essa corrente de frio fui forçado a viver

Pensei na vida depois de ti

Era tudo sem ti a acontecer.

Vem entre os tecidos do tempo

Rasgando-os,

Apressa-se porque o anseio é tenebroso

Vem ver o quanto teme o meu coração

Cercado de espinhos no meio do deserto

Apavorado e sofrendo de consternação.

O deserto é o episcopal da solidão

E os espinhos são memórias nostálgicas

As lágrimas condenam a sua ausência

O Além-da-vida não atende as súplicas

Não há reencontro consciente após a morte

E perdi o rasto do beijo que nunca demos nas ondas do horizonte!

Miranda JP
Enviado por Miranda JP em 18/04/2018
Reeditado em 12/10/2022
Código do texto: T6311804
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