EU CONFESSO!

Confesso que já não tenho nenhuma paciência,

Para conseguir suportar minha vida e a de outros,

Que ainda dependem de mim, sem a minha anuência,

Mas, que ainda exigem minha participação, como poucos!

Estou tentando sobreviver, após tanta transformação,

Sozinho, mais que nunca, embora com apoio incondicional,

Dos filhos que sempre me sustentaram nesta transição.

Todavia, tudo agora me parece, irremediavelmente, irracional!

Que fim levou a leveza do mundo?

Onde foram parar as belezas de um quadro?

Será que tudo desapareceu num redemoinho infundo,

Ou será que nenhum engenheiro usa mais o esquadro?

Tudo está mudando, e os celulares são a maior prova,

De que todos somente pensam através do espaço,

Incapazes de inventar qualquer coisa nova,

Pois seus dedos, imparáveis, já não conseguem evitar o inchaço!

As pessoas hoje têm medo de tudo e de todos,

Parecemos robôs, a desfilar nossos telefones,

Cada um mais sofisticado e cheio de engodos,

Que simplesmente nos tornamos seu drones!

Não temos mais vontade própria,

Pois para isso teríamos de pensar.

Mas isso exige um esforço sobre-humano,

Fazendo-nos parar e imaginar!

Realmente estamos nos encaminhando,

Para o buraco sem fundo do vácuo eterno,

Onde não existe mais nada, faiscando,

Pois tudo se foi, junto com o ventre materno!

A sabedoria nunca imaginou, que pudesse ser derrotada,

Pela tecnologia de ponta, que nos acertou como uma pedrada,

Certeira e eficaz, conduzindo-nos para o cadafalso,

De forma tranquila e feliz, caminhando passo a passo!

Sisson
Enviado por Sisson em 17/05/2018
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