DUELO

A dor lhe fere e você desanda,

A dor lhe deixa falhas e você oblíqua, perece.

A dor lhe maltrata

E sob pressão a ruptura lhe fratura,

Lhe corta,

Lhe machuca,

Sangra,

E nada resta.

Perde o juízo e não abre a porta.

Se desespera dentro do abandono de tudo o que lhe falta,

E na via movimentada calcula a velocidade que mata.

Como todos os covardes,

Corre ao precipício da morte.

Pensa em macular o túmulo e deixá-lo caiado.

Pensa em saquear a vida como fuga,

E dentro do abismo, aos poucos, morre.

Seu sorriso se mescla da dor,

Se mescla da morte.

E abandona a vida

No momento em que Eros e Hades travam o duelo,

E o juiz atingido pela "flecha envenenada",

Dá a vitória ao Amor que lhe arde.

Rosa Sousa
Enviado por Rosa Sousa em 20/05/2018
Reeditado em 19/08/2021
Código do texto: T6341939
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