Numa manhã fria e seca de maio

Na manhã fria e seca de maio

guardei em mim a certeza

do vazio que abraço.

Em angústia seca

Meu peito chora

Lágrimas de oxigênio

Sufocadas adentro

Joguei meu braço pro lado vazio da cama

E abracei a tristeza a ponto de sufocá-la

Não queria perdê-la

Nem prendê-la

Apenas tê-la

Para ter algo em meus (a)braços

Não sei o que busco

onde vou também não sei

Só sei que digo agora

com palavras pobres

e boca cheia

- como pessoa mal educada -

Que o medo já não faz morada

Nem mesmo me fazendo cara feia

É manhã fria e seca de maio

E olhando no horizonte fosco o sol que nasce reconheço

Sem frustração no peito

Que a tristeza é a única coisa que abraço,

Só pra dizer que alguma coisa eu tive, tenho e amanhã terei

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Essa poesia nasceu a partir de uma fala de uma pessoa no meio de uma conversa num dia ocioso, em que ela disse o seguinte: "eu abracei a tristeza para poder falar que pelo menos abracei alguma coisa" a gente riu... Mas achei super poético e, pimba, virou poesia.

Larissa Maciel
Enviado por Larissa Maciel em 20/05/2018
Código do texto: T6341975
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