Sob Eros e Tanatos

Cada trilha do destino, cada curva,

Veio da pura lascívia a força que as dobrasse.

Mergulhando meus anos em ritos,

Entoei-te uma sonata turva

Aos teus ouvidos meus gritos

Onde no signo do tempo a Vontade obrasse.

Tomado de húbris e luxúria,

Tão sanguínea minha fúria,

que afundei tua alma na penúria,

Leito de nossas sortes: lamúria.

O feito, te trouxe de volta qual vênus zumbi:

Derrotada tela dum amor sulfuroso,

Um resultado que me pesa tenebroso,

Penso: da cobiça da obra sucumbi...

E a morte, que de tudo escarnesse

Também o amor que nada evanesce

Sem descanso, não esquecem

As pagas terríveis que prometi...