Tudo terminou como começou.

Em 21/10/1982,às 5:21 teve início

A minha jornada maldita,meu suplício.

Começou um "filme de terror"

Repleto de espinhos e dor.

Uma existência miserável

Um pesadelo inenarrável.

A caminhada de um imprestável

De um covarde lastimável.

Não pedi para nascer

Vir a este mundo sofrer.

A esmo andava

Sempre me lamentava.

A Felicidade dos outros via

Como aquilo me feria.

A Sorte nunca me sorriu

A Esperança de mim desistiu.

A Solidão aos poucos me destruia

Como uma sombra me perseguia.

Eu não podia mais seguir

Precisava meu drama extinguir.

E o suicídio foi a lógica solução

Mas de difícil decisão.

Demorei muito a aceitar

Que não havia razão para continuar.

Não tinha nada

Exceto um'alma retalhada.

Todos as costas me viraram

Friamente me desprezaram.

Nunca ninguém me amou

Comigo se importou.

Tudo perdeu o sentido

Estava sangrando,ferido.

Então decidi parar

E esta farsa apagar.

Adquiri uma arma usada

De numeração raspada.

Foi em um "boca de fumo" que a comprei

50 reais por ela paguei.

E hoje mãe,no dia final,longamante a abracei

Uma rosa branca lhe ofertei.

Disse o quanto a amava

O quanto com vocês me importava.

Fiz de tudo para o pranto segurar

Não queria que me vissem chorar.

A beijei no rosto e fui embora

Pois era chegada a minha hora.

Fui para meu escuro quartinho

Encontrar a Morte abandonado,sozinho.

Sentei-me pela última vez na cama fria

Não suportando a agonia.

Então a gaveta abri,a pistola apanhei

Fixamente a observei.

Não pude mais me controlar

E as lágrimas deixei o chão encharcar.

Com as mãos trêmulas a segurei

Lentamente no peito a encostei.

Por um momento hesitei

Mas não recuei.

Em muitas coisa pensei

No tormento que passei.

Os olhos fechei

Um pedido de perdão à minha mãe balbuciei.

Então fundo respirei

E o gatilho pressionei.

Foi tudo rápido,apenas um segundo

E reinou um silêncio profundo.

Utilizei um silenciador

Para abafar os ruídos de tamanho horror.

E assim acabou tristemente

A história de um tolo incompetente.

Que não deixa saudades para trás

Que a todos com seu fim trouxe a paz.

E tudo erminou

Como começou.

E hoje,21/10/2007,às 5:21 pontualmente

A bala atravessou o coração,fazendo-o para definitivamente!

Emerson

Arcanjjus Negrus
Enviado por Arcanjjus Negrus em 02/09/2007
Reeditado em 28/06/2009
Código do texto: T635533