AI SE SESSE

Ai, se me fosse cabido o direito de gritar,

Espalhando fragmentos de mim nesses surtos.

Se me fosse finito os motivos de chorar,

Inda que em lágrimas, banhando de alegria esses meus dias de sufoco...

Ai, se me fosse pequenas as brigas e lutas que tenho que lutar,

Mantendo-me ainda, tão livre, íntegro e solto.

Se cantando curasse minhas notas e a melodia entoasse, ser-me-ia vivo o morto sonho?

Ai, se me fosse e sendo vivesse...

Se me visse e vendo queresse...

Se de bruto fruto, amadurecesse...

Ai, se me fosse mente,

Se me fosse semente,

Se me fosse plantil e desse...

Já não te podaria,

Já não me mudaria,

Já não me calaria,

Já não te/me morreria...

Ai, e se me fosse?

Diogo Acrizio
Enviado por Diogo Acrizio em 04/07/2018
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