Em um declínio hospitalar

Sinto agora o vento em meu rosto, é como se eu estivesse longe da vida.

Nos últimos dias, algo chamou minha atenção.

Apenas desconheço ao certo as razões de tantas reflexões.

Pois, quando finalmente eu senti meu corpo morrer e minha visão sumir,

Foi como o devaneio de uma esperada sensação,

Aquela sensação... As manchas em minha visão!

Foi como um estranho suspiro já conhecido.

Um congestionamento cadavérico envolvido por calafrios aflitos,

O ápice do gelo em meu peito que se despedaçou ao lado do Solstício...

Foi como estar presa estando livre em uma corrente de mundos,

Meu coração estava feliz por enfim chegar perto do fim...

Porém, minha mente não desejou o fim;

Apesar dos tremores corporais e dos efeitos metafísicos dos remédios intravenais,

A sonata da Lua era o que ecoava em mim!

Todas as perguntas foram silenciadas por um momento.

Apenas as cicatrizes brilharam... Eu vi no ambiente hospitalar o esvaziar do tempo!

Júlia Trevas
Enviado por Júlia Trevas em 10/07/2018
Código do texto: T6385948
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