Não digas que me amas

Não digas que me amas porque mentes,

dizes o que não sentes,

vulgarizas os afectos

com enganosos gestos.

Atrocidas a palavra amor

maculando-a de dor

desonrando o seu apreço.

Muito mais eu mereço

que palavras vãs

vindas da tua boca

com vontade pouca

de me conceder essência de ti.

Não digas que me queres

se outras tantas preferes

à minha verdade de ser.

No teu mundo demente

em que se finge e não se sente,

jamais poderei pertencer,

porque abonei-me da riqueza

de efectiva beleza

de em verdade viver.

Isabel Fagundes

24/06/07