Início e fim

Estamos nós dois esquecidos pelo tempo,

folhas antigas de uma história num jornal,

perdidas num arquivo fechado,

registros de memórias não recordadas,

porque cada escrita tem seu início e seu fim...

Ouvindo antigas músicas dos anos 80' no rádio,

Journey, Poison, Europe, Whitesnake, Firehouse,

como velhinhos em um asilo de nós mesmos,

abandonados à própria sorte da solidão,

porque cada vida tem seu início e seu fim...

Somos como rosas entre os espinhos,

somos sombras de uma noite triste,

destinos traçados sobre papéis amassados,

caubóis de rodeio em um asfalto severo,

aspirantes à um novo começo,

tentando não mais olhar para trás,

mas sem conseguir apagar o que somos,

e o que somos de verdade?

Somos como pássaros em gaiolas,

somos conchas presas no fundo do mar,

lendas de um conto de amor e desilusão,

desesperados por alguma salvação,

evitando as dores das cicatrizes na alma,

mas sem conseguir esconder o que somos,

e o que somos de verdade?

Buscamos ainda encontrar um rumo,

talvez nosso prazo de validade já tenha terminado,

chorando dolorosas lágrimas de uma saudade infinita,

virando madrugadas insones como vampiros sem a eternidade,

porque cada existência melancólica tem seu início e seu fim...

Dedilhando melodias depressivas num violão Di Giorgio,

lutando contra o silêncio de nossos gritos mais profundos,

olhando para o visor apagado de um celular,

esperando a mensagem que jamais chegará,

porque cada comunhão tem seu início e seu fim...

Somos como rosas entre os espinhos,

somos sombras de uma noite triste,

destinos traçados sobre papéis amassados,

caubóis de rodeio em um asfalto severo,

aspirantes à um novo começo,

tentando não mais olhar para trás,

mas sem conseguir apagar o que somos,

e o que somos de verdade?

Somos como pássaros em gaiolas,

somos conchas presas no fundo do mar,

lendas de um conto de amor e desilusão,

desesperados por alguma salvação,

evitando as dores das cicatrizes na alma,

mas sem conseguir esconder o que somos,

e o que somos de verdade?