A DESVALIDA
Pobre mulher, triste e desvalida,
nas alamedas cruas desta vida,
buscando o alento pras feridas,
que lhe custou a triste biografia.
Anda trôpega neste mundo escuro,
sem passado, presente ou futuro,
sequer enxerga a face do abismo,
que fantasia-se em forma de otimismo.
Caminhante em busca dos sonhos idos,
submersos resíduos dos anos de batalha,
de quem tem por sorte a vil mortalha.
Deixa a vida sem perceber seu fim,
não creio que sofrerá assim,
como a poeta se sentindo um nada.