A DESVALIDA

Pobre mulher, triste e desvalida,

nas alamedas cruas desta vida,

buscando o alento pras feridas,

que lhe custou a triste biografia.

Anda trôpega neste mundo escuro,

sem passado, presente ou futuro,

sequer enxerga a face do abismo,

que fantasia-se em forma de otimismo.

Caminhante em busca dos sonhos idos,

submersos resíduos dos anos de batalha,

de quem tem por sorte a vil mortalha.

Deixa a vida sem perceber seu fim,

não creio que sofrerá assim,

como a poeta se sentindo um nada.

Elen Botelho Nunes
Enviado por Elen Botelho Nunes em 05/09/2007
Reeditado em 28/12/2007
Código do texto: T640438