À SOMBRA DA SANTIDADE
Não tenho em minhas mãos os poderes pra mudar o mundo
Não sou o par perfeito das virtudes
Nem nunca fui o maior dos exemplos
Os meus solfejos de liberdade às vezes
confundem-se com as óperas das injustiças
Das diferenças tão iguais dispostas em nossos ombros
O que mais pesa em mim é o bem querer...
Tenhos os pés marcados, já te disse uma vez,
Meus caminhos são pesados e cegos
Tenho o peito rasgado e mastigado pelas mazelas do mundo
Mas ao mesmo tempo
Sei de todos os erros que cometi...
Não te quero à sombra da santidade
Nem te espero nos portais das ilusões sacrosantas
Te vejo como meu único abrigo
Meu último amigo
Tu és o outro lado da minha face...
Se os erros nos fazem aprender certezas e apreender bonanças
É na hora da tempestade que não temos dúvidas
daqueles que realmente nos amam...