Falenas
Por mais flores que existam no jardim,
Por mais suave que lhes sejam o perfume doado ao ar,
Perdura a noite cinzenta ocultando as estrelas...
Delicadas, como o vôo singelo das borboletas,
Esperanças tolas são falenas impedidas de voar,
Ao lirismo que, doce no início, sempre amarga no fim...
Assim é a ansiedade do quartzo no seio granítico,
Um cristal em desarmonia, inerte, paralítico,
Sonhando voar quando sequer pode rastejar...
Assim é a alma humana em meio à chama mundana...
O sonhar de esperanças em tolas feras, crianças...
Germinará a semente sempre ao lodo tão só, tão ausente?
Viver é remoer as imperfeições do espírito,
É despertar da ilusão rompendo o claustro onírico,
É abandonar o esforço falho da busca por um atalho...
É chorar...
Transcender...
Sorrir...
Evoluir...