Falenas

Por mais flores que existam no jardim,

Por mais suave que lhes sejam o perfume doado ao ar,

Perdura a noite cinzenta ocultando as estrelas...

Delicadas, como o vôo singelo das borboletas,

Esperanças tolas são falenas impedidas de voar,

Ao lirismo que, doce no início, sempre amarga no fim...

Assim é a ansiedade do quartzo no seio granítico,

Um cristal em desarmonia, inerte, paralítico,

Sonhando voar quando sequer pode rastejar...

Assim é a alma humana em meio à chama mundana...

O sonhar de esperanças em tolas feras, crianças...

Germinará a semente sempre ao lodo tão só, tão ausente?

Viver é remoer as imperfeições do espírito,

É despertar da ilusão rompendo o claustro onírico,

É abandonar o esforço falho da busca por um atalho...

É chorar...

Transcender...

Sorrir...

Evoluir...

Marco Aurélio Leite da Silva
Enviado por Marco Aurélio Leite da Silva em 09/09/2007
Reeditado em 18/02/2008
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