Na companhia do medo
As noites frias passam,
e sem saber que as sombrias ainda estavam por vir,
deito-me em minha cama,
na certeza de um sonho bom.
No meio da noite acordo assustado,
no meu quarto escuro não vejo nada,
mas por algum motivo,
tenho a impressão de esta sendo observado.
Por quem eu não sei,
mas sentia cada vez mas a tua presença,
a tua respiração me deixava com frio,
e meu coração parava por alguns instantes.
Não tive a coragem de acender a luz,
mas a angustia de saber quem era aumentava,
minha respiração ficou ofegante,
e percebi que ele não iria embora tão cedo.
Podia ouvir passos no quarto,
e percebi que ele estava se divertindo com a situação,
minhas mãos tremulas,
e meu olhar fixo ao desconhecido.
Pedi para que fosse embora,
foi então que eu senti sua mão me tocando,
meu corpo paralisado,
já não sentia o bater de meu coração.
Objetos caindo sobre o chão,
o mais perto do surreal que eu tinha chegado,
então finalmente tomei coragem,
e acendi a luz.
Não tinha ninguém,
será que estou ficando louco?
foi quando o vi no chão,
duas giletes com um bilhete.
Com receio,
li o bilhete que dizia,
um presente meu caro amigo,
estou sempre com você.
Foi quando o vi,
no reflexo do espelho,
olhando atentamente para mim,
com um sorriso maldoso esperando o simples acontecer.
As luzes apagam,
escuto passos em minha volta,
acordo assustado com frio,
e percebo, foi tudo um pesadelo.