Na companhia do medo

As noites frias passam,

e sem saber que as sombrias ainda estavam por vir,

deito-me em minha cama,

na certeza de um sonho bom.

No meio da noite acordo assustado,

no meu quarto escuro não vejo nada,

mas por algum motivo,

tenho a impressão de esta sendo observado.

Por quem eu não sei,

mas sentia cada vez mas a tua presença,

a tua respiração me deixava com frio,

e meu coração parava por alguns instantes.

Não tive a coragem de acender a luz,

mas a angustia de saber quem era aumentava,

minha respiração ficou ofegante,

e percebi que ele não iria embora tão cedo.

Podia ouvir passos no quarto,

e percebi que ele estava se divertindo com a situação,

minhas mãos tremulas,

e meu olhar fixo ao desconhecido.

Pedi para que fosse embora,

foi então que eu senti sua mão me tocando,

meu corpo paralisado,

já não sentia o bater de meu coração.

Objetos caindo sobre o chão,

o mais perto do surreal que eu tinha chegado,

então finalmente tomei coragem,

e acendi a luz.

Não tinha ninguém,

será que estou ficando louco?

foi quando o vi no chão,

duas giletes com um bilhete.

Com receio,

li o bilhete que dizia,

um presente meu caro amigo,

estou sempre com você.

Foi quando o vi,

no reflexo do espelho,

olhando atentamente para mim,

com um sorriso maldoso esperando o simples acontecer.

As luzes apagam,

escuto passos em minha volta,

acordo assustado com frio,

e percebo, foi tudo um pesadelo.

Thiaguinhu
Enviado por Thiaguinhu em 10/09/2007
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