Borboletas

Elas estavam presas em meu estômago

Junto ao ácido que vezes ou outra

Subia até minha garganta num refluxo.

Vomitei em um banheiro de rodoviária

Enquanto ouvia rock and roll nos fones de ouvido.

As janelas empoeiradas anunciavam abandono

E as pichações deixavam recados de que alguém esteve ali.

Vi as borboletas deformadas pelo ácido

Corroídas, e com o bater de asas vagarosos

Umas verde musgo se juntaram as folhas ingeridas no almoço

As azuis, eram como o céu numa noite de tempestade,

E as vermelhas tão pálidas quanto o meu globo ocular

E com a bic encontrada num dos cantos do banheiro escrevi:

Abri a boca e saíram borboletas coloridas.

***

Em vinte e cinco carnavais e um ano cujo 7 é a sombra da morte.

Jhenniffer Muniz
Enviado por Jhenniffer Muniz em 14/12/2018
Código do texto: T6526925
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