A morte da poesia

para que serve a poesia

senão para cantar uma vida vazia

onde estão os que a acolhem e enobrecem

de coração aberto para a realidade fria

cada vez mais velha vai se esboroando

em mares de lama e labaredas de cristal

aos sarracenos foi dada a alegria do mal

por entre as frestas de castelos sem sal

aos poetas foi dada a liberdade do dizer

em soluços e prantos até morrer

o que farei se a tristeza nunca me cala

e a verdade parece escorrer por mim

como se fosse mortalha de uma vela acesa

certeza de me encontrar perdido e só

apenas com as migalhas deste poema

como um andarilho oculto pelo pó

Mongiardim Saraiva
Enviado por Mongiardim Saraiva em 30/12/2018
Código do texto: T6539151
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