Ode a duas meninas mortas
ODE A DUAS MENINAS MORTAS
Miguel Carqueija
Eu dei o meu coração
a quem não me mereceu;
entreguei-me com paixão,
depois ele se escondeu!
Mas soube me engravidar,
roubando-me a esperança;
recusei-me a abortar,
morrerei com a criança!
Papai, mamãe não quiseram
deixar-me em casa ficar;
friamente me expuseram,
como pessoa sem lar!
E assim em pleno inverno
fui posta a deambular;
mas sei, não vou pro inferno:
Deus não vai me condenar!
Sem família e sem tudo
mal me bate coração;
o meu falar ficou mudo,
morro presa do Aquilão!
Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 2019
imagem pixabay
ODE A DUAS MENINAS MORTAS
Miguel Carqueija
Eu dei o meu coração
a quem não me mereceu;
entreguei-me com paixão,
depois ele se escondeu!
Mas soube me engravidar,
roubando-me a esperança;
recusei-me a abortar,
morrerei com a criança!
Papai, mamãe não quiseram
deixar-me em casa ficar;
friamente me expuseram,
como pessoa sem lar!
E assim em pleno inverno
fui posta a deambular;
mas sei, não vou pro inferno:
Deus não vai me condenar!
Sem família e sem tudo
mal me bate coração;
o meu falar ficou mudo,
morro presa do Aquilão!
Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 2019
imagem pixabay