Primavera
Pescoços cortados...
Meus olhos mortos estão mais que cansados
Meus passos curtos denunciam que a morte não sai, nem por um segundo, do meu lado
É importante jamais interromper a fluidez de meus subversivos e intrinsecamente corrompidos versos surgidos dos mais perversos e controversos pensamentos...
Declínios... estou presa nos escombros que eu mesma fiz cair sobre mim
Em uma tarde de setembro...
Tento recordar, mas não me lembro...
Presa na miséria do meu ser
Penso que se iniciou a primavera
Falatório mental
Desvio comportamental
Infelicidades... incontáveis fracassos...
As minhas emoções foram dispensadas
Escassas... imersas no nada...
Por isso, sempre sinto meu corpo gelado
Por isso, o amor foi, cedo, exilado
Por isso eu estou sempre aos pedaços
Por isso, estou sempre aos pedaços...