Primavera

Pescoços cortados...

Meus olhos mortos estão mais que cansados

Meus passos curtos denunciam que a morte não sai, nem por um segundo, do meu lado

É importante jamais interromper a fluidez de meus subversivos e intrinsecamente corrompidos versos surgidos dos mais perversos e controversos pensamentos...

Declínios... estou presa nos escombros que eu mesma fiz cair sobre mim

Em uma tarde de setembro...

Tento recordar, mas não me lembro...

Presa na miséria do meu ser

Penso que se iniciou a primavera

Falatório mental

Desvio comportamental

Infelicidades... incontáveis fracassos...

As minhas emoções foram dispensadas

Escassas... imersas no nada...

Por isso, sempre sinto meu corpo gelado

Por isso, o amor foi, cedo, exilado

Por isso eu estou sempre aos pedaços

Por isso, estou sempre aos pedaços...

Mia Mendes
Enviado por Mia Mendes em 15/02/2019
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